Será? Até uma semana atrás, os institutos de pesquisa indicavam que a fatura da eleição para presidente da República seria liquidada já neste dia 1.o, em turno único. Algo mudou desde então, porque ontem se divulgou que na última sondagem do Ibope antes do pleito (a de boca-de-urna, pela lei, só pode ser conhecida após o início da apuração dos votos) os adversários do presidente-candidato Lula obtinham no total dois pontos percentuais a mais que ele, 51% contra 49% dos votos válidos, enquanto o Datafolha registrava um empate em 50% a 50%. Dependendo da margem de erro, para cima ou para baixo, poderemos portanto ter segundo turno para a escolha do primeiro-mandatário da nação.
Se isso acontecer, será um pesadelo para os quadrilheiros da entourage de Lula, cujas ações levaram o país a transformar-se numa imensa delegacia de polícia e imaginavam continuar sem sustos com a boquinha, por mais quatro anos. Mas será um sonho renovado para todos os cidadãos que anseiam por um destino melhor para o Brasil do que o de ser dirigido por uma chusma de assaltantes de cofres públicos.
Todas as conquistas obtidas anteriormente no sentido de moralizar a gestão pública sofreram uma marcha-à-ré neste governo. Jamais se viu também, desde o restabelecimento das liberdades políticas com o fim da ditadura militar, tamanha ingerência do Executivo no Legislativo, a ponto de se comprarem consciências e votos de parlamentares com malas de dinheiro. E na frente econômica, com a herança da gestão anterior chamada de maldita pelos petistas mas mantida pelo governo, as melhoras observadas na renda e nos fundamentos da economia foram fruto, sobretudo, de uma conjuntura internacional extremamente favorável, com farta liquidez de recursos a beneficiar os países emergentes como o Brasil. Em outras palavras, o governo Lula nada mais fez do que rezar pela mesma cartilha que tachava de neoliberal no governo Fernando Henrique, e por isso se habilitou a colher os resultados positivos propiciados pela situação internacional. Se tivesse mudado a política econômica, a tal 'herança maldita', e adotado o que sempre preconizaram os limitados cérebros petistas, o Brasil estaria hoje mais próximo do caos do que nunca esteve nos últimos vinte anos.
Em suma, o PT cospe no prato em que seu governo come, mas permite que ele continue a usá-lo porque não tem competência para encontrar um melhor. Tanto isso é verdade que, nas adaptações que conseguiu fazer para deixar o modelo um pouco mais com a sua cara, só piorou. O superávit primário para manter a inflação sob controle passou a ser gerado, no governo Lula, à custa do aumento de impostos e não da redução de despesas, o que condena o país a crescimentos medíocres no PIB. E na junção malandra dos programas sociais compensatórios criados na gestão Fernando Henrique, para fazer o Bolsa-Família, transformou o que antes servia para educar um país para o futuro num instrumento meramente eleitoral, a serviço do projeto de poder petista. É com os milhões de votos arrebanhados em troca de um prato de comida aos miseráveis, por esse programa cujo nome mais apropriado seria Bolsa-Esmola, que Lula pode pensar em mais um mandato. Sem esse ganho, muito provavelmente seria posto fora de combate hoje mesmo.
A sorte, de todo modo, está lançada. Vamos às urnas. E com a esperança renovada de termos mais um mês para tentar pôr para correr do governo o populismo, as baixarias e o atraso representados pelo lulo-petismo no Brasil.
domingo, 1 de outubro de 2006
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