Como diria Drummond, e agora, José? No dia 28 próximo, véspera da eleição presidencial em segundo turno por aqui, vence o prazo dado por Evo Morales para que a Petrobrás ou assine um novo contrato, com cláusulas leoninas como o cancelamento do acordo mediante simples aviso prévio de 30 dias dado pelo governo, ou se retire da Bolívia. Assim mesmo, com uma mão na frente e outra atrás, sem direito a nada depois de ter investido 1,5 bilhão de dólares no país. Escusado dizer que a negociação simultânea sobre as condições de fornecimento do gás natural ao Brasil, por meio do extenso gasoduto também construído com dinheiro brasileiro, obviamente será endurecida, com os bolivianos não recuando um milímetro do aumento de preços pretendido e que está sendo imposto em desrespeito a um contrato em plena vigência.
Para reforçar tal convicção, a Bolívia assinou na semana passada com a Argentina um acordo de 20 anos, pelo qual se compromete a quadruplicar o fornecimento de gás ao país vizinho, dos atuais 7,7 milhões de m3/dia para 27,7 milhões de m3, elevando-o já em 2008 para 16 milhões de m3 com o gasoduto a ser construído pela Enarsa, estatal argentina. Só com esse aumento já estará praticamente esgotada a atual capacidade produtiva boliviana, como nota o jornal O Estado de S. Paulo em editorial publicado hoje, o que põe sob sério risco o suprimento do gás ao Brasil.
É nisso que dá uma política externa terceiro-mundista, desavergonhadamente populista, por meio da qual o governo Lula acha por bem defender mais os interesses de países estrangeiros do que os nossos, chegando ao desplante de elogiar a demonstração de soberania do governo Morales. Preparemos, portanto, o bolso. Além dos alimentos, já em alta por conta da frustração da safra, também o gás natural vai subir, logo após a reeleição anunciada de Luiz Inácio Lula da Silva.
terça-feira, 24 de outubro de 2006
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