terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Pobre ensino

Duas leitoras do jornal O Estado de S. Paulo manifestam hoje, na seção Fórum dos Leitores, seu repúdio ao projeto do deputado estadual paulista Enio Tatto, do PT, que prevê a eleição direta dos diretores de escolas públicas por pais e alunos. "Essa é mais uma forma disfarçada de controle das instituições públicas", escreve Tania Tavares. "Não necessitamos de mais controles externos, principalmente quando há conotações políticas subliminares."
"Querem partidarizar as instituições de ensino médio da mesma forma que já tentaram fazer com as universidades", diz por sua vez Maristela Veloso C. Bernardo, lembrando uma outra iniciativa do PT nessa área. "Não bastou o que já fizeram na gestão federal, partidarizando a máquina do Estado?" Maristela refere-se ainda à absurda proposta formulada pelo senador Sibá Machado, do PT do Acre, de substituir o exame vestibular por sorteios, para 'democratizar' o ensino superior.
Por aí se vê que a meritocracia não faz parte das preocupações do PT. Em lugar de concurso público para a escolha da pessoa mais qualificada do ponto de vista pedagógico, como se faz hoje, eleição direta de um zé-mané qualquer para diretor de escola estadual, bastando que seja simpático a seus eleitores. E em vez de um vestibular honesto, para a escolha dos estudantes mais capacitados, um sistema de sorteio, como se a instituição de ensino fosse uma casa lotérica. Seria o corolário perfeito para o demagógico regime de cotas já adotado no ensino superior público.
Cabe a pergunta: aonde vamos parar com legisladores como Tatto e Machado cuidando do nosso ensino?

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