terça-feira, 19 de setembro de 2006

Marcas de lama na rampa

Como não poderia deixar de ser, pelo volume de dinheiro envolvido e pela natureza da operação, à medida que se puxa o fio da história mais se torna claro que a tentativa de desmoralizar com um dossiê forjado o candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra, e de quebra o candidato presidencial pelo mesmo partido, Geraldo Alckmin, e o sucessor de Serra no Ministério da Saúde, Barjas Negri, no governo Fernando Henrique Cardoso, contou com a participação de figuras do primeiro escalão do PT, e não apenas de sua arraia miúda. Assim, em poucos dias o caso que a direção do partido quis abafar, como sempre transferindo a própria culpa para os outros, assume a dimensão de um escândalo nacional, com o envolvimento de pessoas situadas perigosamente próximo da Presidência da República.
A menos de duas semanas das eleições, é pouco provável que o episódio influa no resultado das urnas, mas serve de referência para todos quantos queiram antever o modus operandi político de um segundo mandato de Lula. Como uma mina inesgotável de água salobra, a entourage do presidente não pára de produzir malfeitos, maquiáveis de subúrbio dispostos a usar qualquer meio para alcançar seus fins. O caso do dossiê é, portanto, apenas o mais recente da série aparentemente infindável patrocinada pelo PT com a ajuda de seus aparelhados no governo, os quais, embora recebam salários pagos pela população, em lugar de prestar serviços públicos vivem de cometer falcatruas, em benefício próprio e no da legenda.
Vejamos, para ilustrar a afirmação, os petistas até agora envolvidos, além do empreiteiro Valdebran Carlos Padilha da Silva e do advogado Gedimar Pereira Passos, presos pela Polícia Federal em São Paulo com 1,75 milhão de reais em espécie, em dólar e moeda nacional, quando aguardavam um tio do chefão dos sanguessugas Luiz Antônio Vedoin, dono da empresa Planam, para concluir a transação com o dossiê:
1. Freud Godoy, apontado como o fornecedor do dinheiro aos dois detidos, trabalhava como uma espécie de segurança particular do presidente Lula. Até pedir demissão, anteontem, ocupava uma sala situada a poucos metros do gabinete presidencial no Palácio do Planalto, organizava as peladas de fim de semana na Granja do Torto e era presença obrigatória na comitiva do presidente em viagens no país e no exterior;
2. Jorge Lorenzetti, suspeito de ser o principal interlocutor do sanguessuga Vedoin e mentor da tramóia, que além da divulgação do dossiê incluía a publicação de uma reportagem com a falsa denúncia numa revista de grande circulação, é outro filiado de carteirinha do partido. Egresso da CUT, não obstante ser enfermeiro de formação chegou a ocupar cargo de diretor no Banco do Estado de Santa Catarina graças ao círculo de amizades petistas, no qual se inclui o presidente Lula, que o tem como churrasqueiro preferido; e
3. Ricardo Berzoini, ninguém menos que o presidente do PT, e Oswaldo Bargas, ex-secretário e ainda um alto assessor ligado ao Ministério do Trabalho. Autor da nota oficial divulgada no sábado passado, em que exigia rigorosa apuração dos fatos pela Polícia Federal como se a tentativa de compra do dossiê nada tivesse a ver com o partido, Berzoini foi envolvido hoje no caso pela revista Época. Segundo o site da publicação, antes de oferecer a reportagem, paga, à revista IstoÉ, que a aceitou, Oswaldo Bargas e Jorge Lorenzetti tentaram vender a idéia para o repórter Ricardo Mendonça, de Época, em encontro marcado no hotel Crowne Plaza, em São Paulo. Sem ter o dossiê nas mãos, garantiram a Mendonça que as denúncias seriam fortes o suficiente para desmoralizar o candidato José Serra e o ex-ministro Barjas Negri. E diante da insistência de Mendonça, que continuava negaceando (não houve novo contato com a revista depois da reunião no hotel), Bargas afirmou segundo o site que, "no PT, apenas o presidente do partido, Ricardo Berzoini, havia sido avisado do encontro com o repórter, mas sem ter conhecimento do conteúdo do material". A ressalva citada no site carece de sentido. Como Berzoini poderia ser avisado de uma reunião entre gente importante de seu partido com um jornalista de uma grande revista sem querer saber do teor da conversa? Não é crível, mesmo tratando-se do PT, que o presidente de uma enorme legenda seja alguém tão incompetente.
Mas o mais espantoso é que agora à noite, depois de saber do divulgado pelo site de Época, o deputado Berzoini emitiu outra nota, admitindo que sabia do encontro de Bargas com jornalistas da revista para "tratar de uma pauta de interesse jornalístico", mas reiterando que desconhecia o assunto a ser tratado. "Jamais tive conhecimento do conteúdo abordado nesse encontro", afirma na nota. Em outras palavras, passou recibo de sua incompetência. Ou então, pior, faltou com a verdade.

Um comentário:

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