Imaginemos uma empresa admirada pela comunidade por fazer bons produtos, cobrar preços justos e empenhar-se em ações sociais, e que tivesse como presidente alguém venerado pela equipe de funcionários e diretores por seu passado de lutas, sua retidão de caráter e sua generosidade para com os comandados. Suponhamos que esse presidente, da empresa moldada à sua semelhança, não perdesse ocasião de pregar a ética como padrão de comportamento, tanto nos negócios quanto na vida. Ele seria traído não por um, mas por vários membros de sua equipe com falcatruas cometidas na suposição de agradá-lo, ainda mais com os funcionários e diretores sabendo que perderiam o emprego se descobertos? Com certeza, não.
Transportemos a visão agora para o Palácio do Planalto. Lá, existe um presidente recordista na história da República em matéria de defenestrações do governo. Dirceu, Gushiken, Delúbio, que não era funcionário mas agia como tal, o publicitário Duda, o encarregado do departamento financeiro Valério, Palocci, Mattoso, o da Caixa Econômica, e agora o guarda-costas Freud, o churrasqueiro Lorenzetti e o bigodinho Berzoini, presidente de seu partido, o PT, e coordenador da campanha à reeleição. Já dá uma lista telefônica com os outros nomes menos cotados que caíram junto, mas pode ter mais.
Pergunta: Lula fez saber a todos os seus comandados que não admitiria bandalheira, no governo e na campanha? Com certeza, não. Outra pergunta: ele sabia de tudo isso? Quase com certeza, sim. Última pergunta: com tantos afastamentos de gente íntima e de confiança para salvar a própria pele, com quem ele vai governar no segundo mandato? Talvez tenha de buscar quadros na oposição.
No entanto, volta a prometer mundos e fundos para os próximos quatro anos. E os ignaros acreditam e votam nele, quando todos os outros candidatos são melhores, alguns até bem melhores na questão da moralidade. Pobre Brasil, até quando estará condenado ao atraso?
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
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