sábado, 4 de agosto de 2007

Negócio bilionário

Com a compra, inesperada pelo mercado, da Suzano Petroquímica por 2,7 bilhões de reais, em seqüência à participação adquirida no grupo Ipiranga, em conjunto com a Braskem e a Unipar, num negócio de 4 bilhões de dólares, a Petrobrás se recoloca como um dos protagonistas da indústria petroquímica no país. Ela, que liderou a implantação dessa indústria no Brasil por meio de sua ex-subsidiária Petroquisa, criada 40 anos atrás, praticamente se afastou da área na década de 90, por decisão governamental.

No final dos 80, para se ter uma idéia, a Petroquisa, incorporada à Petrobrás em 2006, participava de 36 empresas, que no conjunto respondiam por mais de 70% da produção de petroquímicos no país. A Petroquisa atuou também como o elemento catalisador na criação dos três pólos petroquímicos regionais, em São Paulo, na Bahia e no Rio Grande do Sul. Entre 1992 e 1997, com o Programa Nacional de Desestatização, a companhia se desfez da maioria de suas participações em outras empresas. Mas agora, com a aquisição da Suzano Petroquímica, fabricante de polipropileno, matéria-prima plástica, a Petrobrás volta a controlar quase um terço da indústria petroquímica no Brasil, segundo O Estado de S. Paulo.

Bom para a Petrobrás e para seus acionistas, embora, segundo alguns especialistas, a estatal tenha pago 2,7 bilhões por uma empresa que valia, no máximo, 1,5 bilhão de reais. “A precificação de mercado é uma coisa momentânea e, para nós, essa aquisição é uma estratégia de longo prazo”, explicou Flávio Valadão, representante do banco ABN Amro, instituição intermediária na transação, em nome da Petrobrás. O que é péssimo é que, novamente, segundo noticia o Estadão, houve vazamento de informação privilegiada, assim como no caso Ipiranga. A Comissão de Valores Mobiliários, CVM, já está à caça das pessoas que se valeram da antecipação interna da notícia da compra da Suzano Petroquímica para investirem em suas ações na bolsa. A prática do crime de inside information dá cadeia nos Estados Unidos. Aqui, no máximo, resulta em multa.

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