domingo, 13 de agosto de 2006

O PCC vota no PT

A simpatia do PCC pelo PT vem de longe, assim como a antipatia da organização criminosa para com o PSDB. E essa inclinação acentuou-se quando o então governador tucano Geraldo Alckmin implantou nos presídios, em 2003, o severo Regime Disciplinar Diferenciado, RDD, odiado pelos detentos por obrigar a um isolamento rigoroso. É o que se pode deduzir da leitura de fitas de gravação transcritas pela polícia paulista, de duas das quais a mais recente edição da revista Veja publica trechos elucidativos.
A primeira dessas fitas, de 2002, foi gravada de um diálogo telefônico entre Maria de Carvalho Felício, então mulher de José Márcio Felício, ex-líder do PCC, com um dos braços direitos do marido, o preso José Sérgio dos Santos, de apelido Shel. Nela, Maria transmite a Shel a ordem de realizar alguns ataques, para ajudar na eleição do candidato petista ao governo de São Paulo, José Genoíno. Diz também que é para as famílias de detentos se absterem da visita ao presídio no dia da eleição. "Ele (o marido, Felício) falou: "Fica todo mundo sem visita no dia da eleição pra todo mundo votar pro Genoíno", comenta Maria.
Na segunda fita, gravada às vésperas da segunda grande onda de ataques do PCC, promovida em junho passado, um dos integrantes do comando transmite a um subalterno na hierarquia da organização a seguinte ordem ('salve') do dia: "Todos aqueles que são civil, funcionário e diretores e do partido PSDB: xeque-mate, sem massagem".
Pode-se concluir, portanto, que se por acaso – e põe acaso nisso, a julgar pelas pesquisas – Geraldo Alckmin derrotar Lula nas próximas eleições, o PCC promoverá um terror jamais visto na capital e em outras grandes cidades de São Paulo. Trata-se contudo de uma hipótese remota, não se sabe se feliz ou infelizmente para os paulistas e brasileiros em geral.

Nenhum comentário: