Se o time do Dunga só joga isso que mostrou hoje, o Brasil já pode dar adeus à sonhada medalha de ouro do futebol nas Olimpíadas. É inacreditável que para enfrentar esses belgas pernas-de-pau o técnico brasileiro tenha escalado três volantes, dos quais dois, Hernanes e Lucas, claramente instruídos a não passar do meio de campo. Na única vez em que desobedeceu à ordem e foi à frente, Hernanes fez o gol da magérrima vitória. Convenhamos, 1 a 0, diante de uma Bélgica jogando com nove, é demais. Ou melhor, de menos.
O Alexandre Pato, tadinho, ficou o primeiro tempo todo jogando só, porque o Ronaldinho Gaúcho se acomodou no lado esquerdo do campo e nada fez além de esticar umas bolas para dentro da área. Correção: bateu bem uma falta, porque disso é capaz, mas não deu nenhum pique ao seu antigo estilo, nem foi brigar na zona do agrião (saudades do João Saldanha) para ajudar o Pato.
No segundo tempo, o zagueirão Company, braços de boxeador, foi expulso. E o que fez o Dunga? Ao invés de botar dois atacantes para martelar a defesa adversária, tirou Pato e colocou Jô. Trocou, como se diz, seis por meia dúzia. Pior: não abriu mão de continuar com três volantes, trocando Anderson por Ramires. Depois, o volante-gigante (no tamanho, não na bola) dos belgas, Fellaini, também seria expulso, mas o time brasileiro continuou tocando pra lá e pra cá, num esquema de jogo covarde e medíocre.
Na Copa do Mundo de 1990, o técnico Sebastião Lazaroni decretou a ‘era Dunga’ no esquema de jogo da seleção principal. Deu no que deu: Maradona entortou Dunga e passou a bola para Caniggia, que fez 1 a 0 para a Argentina e desclassificou o Brasil. A atual seleção olímpica lembra bem a principal daquela Copa. Sua proposta, tornada evidente hoje, é não correr riscos e, se der, ganhar por 1 a 0. O problema é que com tal filosofia o caldo quase sempre entorna, fazendo o time perder por 1 a 0.
Os jornais de hoje noticiam que a seleção principal do Brasil foi rebaixada para um vexatório sexto lugar no ranking mundial, a pior colocação desde 1993. Também pudera: dos seis jogos já disputados nas Eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2010, só ganhou dois. É a era Dunga de novo, agora no comando da seleção.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Salve, Mário!
Seu comentário está perfeito.
Eu acho que O futebol brasileiro anda mal das pernas. A seleção só foi importante e vencedora quando dispunha de vários craques e suas geniais jogadas.
O dito futebol-arte só funciona na base de craques excepcionais, o que no momento carece.
Esta é a minha impressão.
Grande abraço do
Aluízio Amorim
Postar um comentário