domingo, 2 de dezembro de 2007

Bola pra frente

Com o rebaixamento para a série B definido, a esta altura de nada adianta aos corintianos promover uma caça às bruxas, buscar os culpados pelo insucesso do time no Campeonato Brasileiro para crucificá-los em praça pública. Culpados há, certamente, e vários, a começar dos dirigentes que firmaram a parceria com suspeitíssimos investidores estrangeiros, em proveito muito mais dos próprios bolsos do que do futuro do Corinthians. Mas o encerramento neste domingo, com o empate diante do Grêmio, da crônica de uma morte anunciada, é apenas um capítulo, quiçá passageiro, de uma história de quase 100 anos de muitas glórias. Por isso, o melhor que os novos dirigentes corintianos podem fazer agora é começar já os trabalhos para 2008. O time tem de ser outro, porque do atual só se salvam o goleiro e mais uns dois ou três. Bola pra frente, porque essa torcida merece. “Eu nunca vou te abandonar”, dizia um cartaz nas mãos de um corintiano esta tarde, na arquibancada do Estádio Olímpico. E é verdade. Mesmo durante o longo jejum de títulos no Campeonato Paulista, entre 1954 e 1977, a legião de torcedores do clube não diminuiu. Ao contrário, só fez crescer, porque em família corintiana é assim: ao nascer o filho, antes do nome dá-se a ele a camisa amada.

É nas derrotas que se forja o caráter. Oxalá esteja surgindo hoje, no mesmo dia do rebaixamento do clube para a segunda divisão, um novo Corinthians, muito mais forte do que o anterior, pronto para atravessar um período de conquistas como nunca antes se viu igual em sua história.

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