terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Boas festas


Diz a lenda irlandesa que o anãozinho fez irromper um radioso arco-íris entre duas montanhas, e ele veio parar nos pés de Jimmy, o menino pobre que saíra a pescar para dar de comer à família, trazendo-lhe um pote cheio de ouro e pedras preciosas. Portanto, fica aqui esclarecido, para quem quiser, que o pote do tesouro fica no final do arco-íris, e não no começo, como alguns teimam em afirmar.

Diz a Bíblia, no Gênesis 9:13 a 17, que o arco-íris é o sinal do pacto indicado por Deus a Noé, para que este e os demais sobreviventes soubessem que jamais haveria outro dilúvio para limpar a terra de todos os maus-caráteres que a habitam, embora talvez isso faça falta nos dias de hoje. E Deus repetiu a Noé, conforme o Gênesis: “Este é o sinal do pacto que deveras estabeleço entre mim e toda a carne que há na terra”.

Segundo os cientistas, o arco-íris não existe realmente como um sítio no céu, porque se trata apenas de uma ilusão de óptica, causada pela luz do sol se refletindo em gotas de chuva. Ainda de acordo com os frios homens da ciência, sete cores formam o arco-íris, começando com o vermelho e terminando com o violeta. Entre essas duas pontas, há um seqüência de cinco outras cores. Se você quer saber qual é ela, ensina a Wilkipédia, diga “Vermelho lá vai violeta”. A expressão ‘lá vai’ contém o l de laranja, o a de amarelo, o v de verde, o a de azul e o i de índigo (anil).

Você prefere ficar com a lenda irlandesa, a Bíblia ou os cientistas? A escolha é sua, mas este blog deseja que neste Natal um arco-íris inunde de luz a sua alma, e que em 2008 você continue a dividir o pote de ouro e pedras preciosas que há dentro de você com os parentes, amigos, desconhecidos e até alguns desafetos mais antigos, como prêmio por sua constância. Afinal, valoriza mais os amigos quem tem inimigos – e o ano novo pode ser uma excelente oportunidade para você tentar trazer mais gente para o lado de cá.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Bola pra frente

Com o rebaixamento para a série B definido, a esta altura de nada adianta aos corintianos promover uma caça às bruxas, buscar os culpados pelo insucesso do time no Campeonato Brasileiro para crucificá-los em praça pública. Culpados há, certamente, e vários, a começar dos dirigentes que firmaram a parceria com suspeitíssimos investidores estrangeiros, em proveito muito mais dos próprios bolsos do que do futuro do Corinthians. Mas o encerramento neste domingo, com o empate diante do Grêmio, da crônica de uma morte anunciada, é apenas um capítulo, quiçá passageiro, de uma história de quase 100 anos de muitas glórias. Por isso, o melhor que os novos dirigentes corintianos podem fazer agora é começar já os trabalhos para 2008. O time tem de ser outro, porque do atual só se salvam o goleiro e mais uns dois ou três. Bola pra frente, porque essa torcida merece. “Eu nunca vou te abandonar”, dizia um cartaz nas mãos de um corintiano esta tarde, na arquibancada do Estádio Olímpico. E é verdade. Mesmo durante o longo jejum de títulos no Campeonato Paulista, entre 1954 e 1977, a legião de torcedores do clube não diminuiu. Ao contrário, só fez crescer, porque em família corintiana é assim: ao nascer o filho, antes do nome dá-se a ele a camisa amada.

É nas derrotas que se forja o caráter. Oxalá esteja surgindo hoje, no mesmo dia do rebaixamento do clube para a segunda divisão, um novo Corinthians, muito mais forte do que o anterior, pronto para atravessar um período de conquistas como nunca antes se viu igual em sua história.